Orla da praia

Saindo do refeitório, decidi ir à praia. Para falar a verdade, eu estava um pouco deslocado daquele acampamento. Não conhecia ninguém, não sabia o que fazer direito, não tinha nenhum objetivo. Parecia que aquele era meu primeiro ano no lugar. Bufando desanimado fui em direção à praia.

Chegando la, fui testemunha de um acesso de raiva quase maior que o meu.

Uma garota, loira aparentemente, xingava outras meninas próximas a ela. A garota que praguejava contra elas era um tanto bonita, porém parecia insanamente perigosa.

Parei e fiquei assistindo o decorrer daquilo. A menina, logo após de ter soltado a língua, parecia ter se acalmado e foi pedir desculpas ás outras, que não pareciam muito felizes.

"Não vai acabar muito bem", pensei, e fui até elas.

Vi que algumas meninas do grupinho escondiam pedras nas mãos, e tentavam mascarar o olhar selvagem que tinham. Enquanto a loira se desculpava, algumas iam por trás dela, tentando pega-la desprevenida.

"Agora!", pensei

- Filhas de Atena! Nem pensem nisso! - exclamei, e as meninas se assustaram - A garota pediu desculpas e isso já basta!

A garota que parecia ser a líder do grupo deu um passo em minha direção e disse:

- Quem você pensa que é para falar com a gente assim?

Suspirei e respondi:

- Sou filho de Hades, querida.

Sucesso! As meninas começaram a se afastar de nós, lançando olhares zangados na direção da loira.

Me virei para a garota e deixei escapar um tímido: -Ola!

Enquanto ficava sentada esperando a reação das garotas percebi que elas não haviam aceitado minha desculpas e procurei sobre meu bolso a pequena navalha militar que mais parecia uma faca, não queria começar a briga mais também não consegui conter a raiva que parecia fluir dentro de mim, enquanto elas pareciam se preparar um garoto que não conseguia ver por conta do sol havia lhes mandado um aviso breve na qual lhes fizeram sair imediatamente.
Fiquei um pouco em choque com o ocorrido guardei minha pequena navalha que não havia saído do bolso,nunca ninguém havia me protegido daquela forma, dei uma risada meio torta olhando para o chão ele era bonito e esse pensamento deveria ter em acusado e me deixado corada.
Coloquei meu cabelo sobre a orelha e fiquei meu sem graça enquanto levantava e ia falar com ele:
-Oie, prazer meu nome e Samila mais pode me chamar de Sammi. Obrigado por me ajudar ninguém nunca fez isso por mim-disse com um meio sorriso que me corou novamente.
Pela primeira vez em toda historia nunca ninguém me deixou tão sem fala como ele, o garoto tinha cabelo castanho-escuro ou preto não soube dizer mais fiquei pasma com a beleza que ele tinha em sim, de alguma forma estranha ele era como eu mais não por gostar de roupas pretas mais por algo a mais que ele deveria ter em si. Esperei sua resposta enquanto lhe cumprimentava.

De uma maneira bem charmosa a menina colocou o cabelo sobre a orelha e se levantou.
-Oie, prazer meu nome e Samila mais pode me chamar de Sammi. Obrigado por me ajudar ninguém nunca fez isso por mim - disse com um sorriso meio tímido, corando em seguida.

Não resisti e sorri, a menina era muito bonita, e quase não consegui falar com ela direito. Respirei e disse:

- Muito prazer Sammi! Me chamo Gabriel, e sou filho de Hades! E sobre te ajudar, bem, achei que era o certo. Fiquei surpreso também, pois nunca tinha ajudado alguém. Sabe... Passei minha vida inteira sem amigos. - mudando de assunto, eu perguntei - Qual o motivo da discussão?

Sentei-me no chão, onde ela estava momentos antes e fiz sinal para sentar ao meu lado.

Sentei a seu lado ele era bem simpático ao contrario do que as más linguás comentavam,coloquei minha mão boa sob minha perna me encolhendo com a sua pergunta.
-Bem...-tentei começar a falar em um suspiro leve- fui abandonada quando tinha 3 meses, os médicos ficaram com pena e minha mãe adotiva me adotou quando me viu com febre chorando e sozinha na enfermaria, ela era médica e conseguiu me retirar na mesma hora lá. Seu marido anterior me odiava por que eu passava "algo bom", ele me chamava de "Peste dos Inferno". Quando fiz 4 anos ele me bateu tão forte que fiquei muito roxa, minha mãe adotiva se separou dele e como tenho algo tão forte com relação ao meu pai biológico acho que não me aguentei.- era estranho como consegui conversar com Gabriel assim tão facilmente, deveria ser algo que ele transmitia em si-Desculpa eu sou uma louca mesmo, minha mãe disse que meus ataques de raiva são fruto do genio do meu pai-disse novamente tentando deixar aquela conversa mais alegre.
Soltei minhas pernas minha mão machucada doía muito e isso me fez olhar novamente
a atadura que provavelmente sangraria mas com a força que havia feito segurando a navalha, escondi minha mão esperando que ele não houvesse visto essa cena. Ri um pouco tentando mudar de assunto e lhe dei um pequeno beijo na testa e lhe disse:
- Agora você tem uma amiga!

Ouvi-a falando sobre sua vida, e sobre o motivo que gerara o pequeno conflito. Senti um pouco de compaixão por ela, e escutei pacientemente os relatos.

Depois de terminado ela me surpreendeu e beijou-me a testa falando que agora era minha amiga.

Pela segunda vez no dia eu sorri.

- Obrigado... Sabe... Eu também tenho alguns ataques... Certa vez eu quase comecei uma briga com uma garota, mas me controlei porque se nós brigássemos talvez acabaríamos destruindo grande parte do Acampamen-- interrompi o que estava dizendo pois percebi o olhar relutante de Sammi.

-Aahn... Desculpe - disse - Não quero causar uma má impressão. Me corrija se eu estiver errado - virei meu rosto na direção do dela, e percebi que estávamos muito próximos, mas não recuei - Você é filha de Ares não é?

Sua mudança de posição me fez ficar corada nunca ninguém havia ficando tão perto de mim assim e isso me fez dar uma risada fraca.

-Eh!- eu disse com vergonha- pelo que li dele, não deve ser a pessoa mais sentimental e apropriada para se conversar, não gosto da parte dele dentro de mim. Para falar a verdade passei esses anos todos tentando fechar esse ataque de raiva dentro de mim.-falei calmamente.

Gabriel era uma pessoa dócil mesmo sendo filho de Hades, mais ele parecia como uma caixa de pandorum- varias coisas que só o tempo mostraria.Brinquei com seu cabelo desarrumado, era diferente de muitas pessoas que eu conhecia e isso me deixou com vontade de conhece-lo mais.

-E você Gabriel qual a sua historia, quer dizer se você quiser contar- eu disse olhando em seus olhos e esperando alguma reação.

Uma certa excitação nasceu em mim quando Sammi tocou meus cabelos, mas fora logo substituído por um amargura imensa, quando ela perguntou sobre minha vida.
Afastei o rosto e disse um tanto sombrio:

- Minha vida até aqui não foi uma das melhores. Cresci com minha mãe. Ela era minha única amiga. Não que eu não queria ter amigos... É que eu não conseguia. As pessoas tinham medo de mim e ainda tem. - uma lagrima escorregou pelo canto de meu olho direito - E então eu vim para cá, ano passado, e nada mudou. Perdi minha mãe algum tempo atrás e voltei para cá há alguns dias... Sammi...- virei meu rosto para ela novamente, ficando ainda mais perto, e perguntei torcendo por um "não" - Você tem medo de mim?

Naquele momento não havia mais mundo. Não havia problemas, nem pessoas para traze-los. Naquele momento, a vida se resumia a Sammi e a mim.
Sentia seu corpo quente sobre o meu, seus olhos penetrando nos meus, sua boca esperando ser correspondida. Não tentei resistir. Beijei-a.
Era estranho, sim, acabamos de nos conhecer e ali estávamos, deitados na areia sob a sombra de uma árvore nos beijando. Não liguei. Sentia que tínhamos algo em comum. Nós fazíamos parte de algo que não queríamos, e tínhamos que conviver com isso.

Algum tempo se passou, e eu interrompi o beijo. Voltei a me sentar, e pousei a cabeça de Sammi sobre minha coxa, e acariciando seus cabelos disse, mais para mim do que para ela:

- Vai melhorar, vai melhorar.

Olhei para o mar e sentindo-me atraído disse:

- Sabe, eu sou um filho de Hades, mas gosto muito do mar- me levantei delicadamente e estendi a minha mão para Sammi - Quer nadar?

Senti algo bom enquanto o beijava, minha mãe adotiva sempre disse que o beijo era algo que vinha de dentro fluía naturalmente e Gabi e eu... Estávamos assim, de uma forma "normal" aquele momento era tão perfeito quanto todos os outros, ele me fazia se sentir livre e como antes de descobrir esse novo mundo onde mitologia e realidade.
Enquanto ficávamos sentados observando o mar, Gabi se levantou e me estendeu a mão enquanto dizia:
- Quer nadar?
A sua pergunta me fez recuar um pouco, mas sempre soube que devia arriscar um pouco e então pousei minha mão sobre a sua enquanto me levantava da sombra da arvore.
Por sorte havia vindo com o meu biquine por baixo da blusa xadrez, não gostava muito desse biquine pelo fato dele ser de bolinhas em cima e possuir bojo e fio-dental isso me assustava um pouco por não ser muito meu estilo.
Fiquei um pouco envergonhada mais com Gabi tudo parecia tão natural que nem me importei com os olhares das pessoas fofocando provavelmente a nosso respeito e de nosso beijo, muito menos dos outros campistas rindo de meu biquine e a foma como fiz um biquinho indicando vergonha e ousadia.
-Não me importo se o biquine me deixa esquisita desde que você também entre na aguá-disse rindo

Fiquei feliz pelo seu abraço suas palavras me faziam se sentir amada novamente, Gabi agora era meu mundo tudo o que havia me restado e não queria lhe perder pois havia entrando no treinamento pensando em vingança pois pensava que não teria mais nada a perder.

Abracei ainda mas forte, por alguns segundo fiquei com medo por ele e sabia que aquela missão tinha 66% de ser suicídio como a anterior, tentei não pensar muito sobre isso pois o ultimo garoto que fora nessa missão havia voltado gravemente ferido.

Mordi sua bochecha e percebi que seus olhos brilhava com a ideia da missão, era engraçado como Gabi era tão...tão perfeito não só pela beleza mais por se conteúdo em sim o que me fez pergunta:

-Porque não vai?-perguntei enquanto olhava seu rosto perfeito, enquanto esperava sua resposta fiquei um pouco quieta esperando sua reação enquanto sobia sobre os dedinhos dos pés para ver melhor seu rosto.

Fiquei tocada pela historia de Gabi, como eu ele também havia perdido tudo desde a família, fiquei mole enquanto ele falava:
- É muito estranho! Eu estou com medo de ir para missão, pois estou com medo de morrer! Eu! - ficou sério, e a olhou em meus olhos - Você é a única que tenho agora. Por isso tenho medo de morrer. Não quero te deixar agora.
Fiquei pasma ele sentia a mesma coisa que eu, por um momento percebi que havíamos nascido um para o outro, sozinhos e ao mesmo tempo juntos aquilo era algo que eu estava decidida a viver para aproveitar.
-Eu não vou morrer prometo- disse fazendo essa promessa.
Após uma troca de olhar percebemos o Sol indo embora e o crepúsculo aparecer, Gabi me olhou novamente e ficou corado com o que havia dito, não fiquei brava nem nada haviamos nos conhecido a pouco tempo e no entanto nem ligara para isso mais, coloquei minha roupa enquanto Gabi colocava sua camisa
- Até amanhã, "amor"-disse Gabi me beijando novamente.
Mordi meus lábios não sabia se iria aguentar ate amanhã mais sabia que havia sobrevivido 13 anos e meio para encontra-lo e não iria desistir agora, fiquei pasma será que aquilo era um pedido de namoro? fique corada e deu um pulo na areia enquanto os campistas me olhavam furiosos sai de lá como se não os notasse e pensei "Foda-se não ligo mais para o que pensam de mim"
Encerrado

Comecei a caminhar ate a praia, não havia muitos campista no momento por causa de seus horários matinais, segurei o meu colar sobre minhas mãos pois sentia que algo bom estava por vir para mim.

-Droga de saia jeans!-disse para mim mesma.

Não era do tipo de garota que gostava de saia jeans curtas mais era o que havia conseguido achar no meu momento preguiça, comecei a retirar a minha blusa xadrez esperando pegar alguma cor, percebi que alguns campistas me olhavam de uma forma estranha e isso me deixou corada, coloquei minha blusa por baixo de minha cabeça para que a areia não entrasse sob meu cabelo.

Comecei a examinar o local novamente e percebi que o lugar estava começando a ficar um pouco mas cheio por causa da mare, Droga aqueles garotos ainda me olhavam e isso me fez colocar os óculos para tentar esquecer essa cena, coloquei meu MP3 em meus ouvidos e comecei a ouvir LMFAO-Sexy and I Know it para descontrair o momento.

"Deveriam fazer um parque de diversões aqui", pensei aborrecido. "Não tem nada de legal, e la vou eu de novo para a praia"

O Sol estava mais quente do que nunca, minha pele queimava sob seus raios infernais. Quando andava, as pessoas me encaravam de forma estranha, olhando para minha camiseta dos Gremlins, e logo depois para minha cara, com um olhar de nojo.

- Cuidado que eles mordem hein! - exclamei para um grupo de garotas de repente, assustando elas. Continuei meu caminho rindo.
Cheguei à praia e suspirei, havia vários campistas naquele dia, mas nenhum me chamou a atenção. Dei mais alguns passos e passei por uma garota deitada sob a luz do Sol. Parei, me dando conta de quem era, e voltei.

La estava Sammi, deitada, se bronzeando

- Hei, loira, como vai? - cumprimentei, sentando ao lado dela

Acabei levando um susto pensando que eram um daqueles garotos que me olhava estranhamente quando percebi que era Gabi.

-Oie desculpa nem te vi- me levantei e joguei a blusa aberta para cobrir meu biquine, coloquei minha mão sobre sua nunca e lhe dei um beijo, sentei novamente na areia.-Desculpa estava ouvindo musica, e então o que esta fazendo aqui?! Meu namorado pode te ver e ele e muito forte e bonito. E como disse a Melanie ele e delicoso! -eu disse com um meio sorriso.

Hoje o dia estava lindo e me senti no dever de sair do meu quarto e vir a orlá da praia naquele dia, não tinha animo para treinar e não havia visto Meggie naquele dia então preferir levar meu mp3 e me bronzear um pouco

-E então como foi seu dia?-eu disse fazendo um rabo de cavalo rapidamente enquanto esperava sua resposta.